Preceito básico

O bom vinho não é o que os críticos e os entendidos enaltecem, nem aquele que custa os olhos da cara, nem o que todos bebem. O bom vinho é aquele de que gostamos, o que conseguimos comprar e, principalmente, o que bebemos em boa companhia!


sábado, 24 de setembro de 2011

Beronia Rioja Crianza 2008


Volto com prazer ao meu blog após algum tempo ausente, em virtude de incursão eno-gastronômica à Itália (os posts serão postados em Greve, digo, breve).
Já um tanto encharcado de tantos vinhos italianos, esse Rioja apresentado pelo Clube W caiu muito bem, servindo para variar um pouco e para lembrar que nem só de vinhos italianos vive o homem (mas daria pra viver tranquilamente).
Sou grande fã dos vinhos espanhóis, especialmente os da Rioja. O clássico corte riojano de tempranillo, garnacha e mazuelo é de uma performance espetacular, aliando bem potência e elegância. Acho difícil não gostar.
Cor rubi-grená, translúcida e brilhante. No nariz mostrou complexidade, com um frutado bem agradável, lembrando frutas em compota, caramelo e baunilha. Madeira bem presente, mas sem atropelos. Na boca, bastante equilíbrio, com taninos redondos, álcool e e acidez na medida certa. Final longo, com madeira marcante.
Tem aquele toque típico da tempranillo.
Agradou muito, mas fiquei com a impressão que ainda pode melhorar com um certo tempo de guarda.
O preço é de 67 dilmas (vale).
Classificação: muito bom.

FICHA

Produtor: Bodegas Beronia
Tipo: Tinto
País: Espanha
Região: Rioja
Safra: 2008
Corte: Tempranillo(83%), Garnacha(15%) e Mazuelo(2%).
Graduação Alcoólica: 13.5%
Temperatura de Serviço: 16ºC
Envelhecimento: 12 meses em barricas de carvalho americano e francês.
Estimativa de Guarda: 5 anos
Avaliações: WS - 87

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Itália x Chile



Noite dessas houve outro embate.
De um lado novamente a Itália, representada pelo ilustre 0-Berto; de outro lado, o Chile, por mim representado.
A consagrada velha guarda italiana (Giacomo Finocchio Barolo Riserva 2003) versus a ousadia novo-mundista da enóloga Maria Luz Marin (Casa Marin Lo Abarca Hills Vineyard Pinot Noir 2005).
O barolo redondíssimo após boa aeração, com linda cor rubi com reflexos alaranjados mostrando sua maturidade. Na boca, grande equilíbrio, com taninos elegantes, álcool correto e bom corpo. A madeira dando coerência. Final bastante prolongado.Excelente.
O Pinot também show de bola, mas fugindo um pouco do esperado para a casta. Cor rubi escura, com corpo médio, taninos bem presentes. Complexo. Álcool a 15%, mas  não pareceu. Final classudo. Muito bom.
Jogaço.
Já nos acréscimos a Itália marcou e levou a melhor.
Mas quem ganhou mesmo fomos eu e o 0-Berto, que degustamos esses grandes vinhos.
Que venha o próximo duelo!

Rosário


Numa pequena cidade do interior, o padre recebe a visita de um vigário de uma outra paróquia. Após um farto almoço, começam a conversar.
- As coisas por aqui não parecem ser muito agitadas - comenta o padre visitante.
- Você tem toda a razão, meu caro! A vida aqui é muito monótona: rosário, vinho, rosário, vinho... e assim a gente vai levando!
Faz uma pequena pausa e logo dá um berro em direção à cozinha:
- Rosário! Traz mais vinho!

*

domingo, 21 de agosto de 2011

Marques de Casa Concha Syrah 2007


A Concha Y Toro designou a safra 2007 de "safra histórica".  As condições climáticas foram excelentes e parece que tudo deu certo por lá.
De fato, todos que já provei desta safra são muito bons (Carmenere, Merlot, Cabernet Sauvignon). Faltava o Syrah. E manteve um nível próximo dos outros. Acho que o Merlot está num nível um pouco acima e o Syrah, um pouco abaixo. Inclusive 2007 foi a primeira safra desta linha usando a Carmenere.
O "Casa" Syrah também é novo, com a primeira safra apresentada em 2005. Com 18 meses de barrica, é um corte de 92% de Syrah, 4 % de Carmenere, 3% de Cabernet Sauvignon e 1% de Cabernet Franc.
Na taça, mostrou cor rubi escura, densa. Aromas potentes com muita fruta e madeira, com predomínio da primeira, destacando-se ameixas. Na boca é encorpado, com boa acidez, taninos firmes, mas educados. Álcool passando um pouco do ideal, mas sem comprometer. Final longo, fechando na madeira. Classificação: bom.

Fulvia Pinot Noir 2009 - a redenção do vinho nacional

Quem acompanha o blog sabe que sempre tive algumas restrições ao vinho nacional, por vários motivos.
Mas, por mais que eu possa elaborá-las aqui, fatalmente capitularão ante a excelência desse Fulvia Pinot Noir 2009.
Inevitável não pensar: nem parece vinho brasileiro. Ou parece?
Confesso que fui armado para provar esse vinho. Vinho nacional, badalado, relativamente caro, dito como vinho de autor, com personalidade. Na minha cabeça, pensei: taí mais uma bela jogada de marketing.
Na taça, o vinho já foi me desarmando. Cor rubi clarinha, translúcida, típica de Pinot. No nariz, balancei nas minhas convicções. Delicado, mas contundente, cheio de fruta. Amora, morango e alguma especiaria. Na boca, me derrubou por completo. Corpo leve, equilíbrio total entre os taninos educados, a acidez instigante e o álcool na mais correta medida. Madeira? Pra que? Final longo, delicioso, convidando ao próximo gole.
Vinho marcante, surpreendente. Ame-o ou deixe-o.
Eu amei.
Mas que fique claro que isso não se extende à maior parte do que temos aí no mercado.
Classificação : excelente.
Já voltei ao site do Marco Danielle e comprei mais.  Vinho bom é bom.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Santa Alvara Carmenere 2010


Bem agradável este Carmenere, de uma linha básica da Casa Lapostolle, cultuada vinícola chilena, produtora do badalado Clos Apalta. Esta vinícola tem mantido uma bela consistência em seus caldos e tem outros rótulos muito bons, como o Cuveé Alexandre (tenho um na adega e futuramente será postado aqui).  
Este vinho foi apresentado pelo parceiro Mário Henrique e agradou, principalmente se levado em consideração seu preço (23 dilmas na Mistral). Cor violácea translúcida, com lágrimas finas. Nariz um pouco tímido, mas agradável, com frutado leve e toque herbáceo. Madeira fininha. Na boca apresentou-se com bom equilíbrio, corpo leve para médio, taninos macios e baixa acidez. Final médio, redondo. Ótimo vinho para o dia a dia. Vinho jovem para ser bebido logo.
Classificação: bom.
FICHA
Produtor:
Casa Lapostolle

País: Chile
Região: Vale do Rapel
Safra: 2010
Tipo: Tinto
Uva: Carmenere
Maturação: Em barricas de carvalho francês (sem informações adicionais)
Temperatura de Serviço: 16 a 18ºC
Teor Alcoólico: 13,5%
Guarda: até 5 anos

quinta-feira, 21 de julho de 2011

La Velona Brunello de Montalcino 2004

Este foi apresentado pelo amigo 0-Berto, comprado na fonte, em viagem recente à Toscana.
Realmente muito bom.
O que dificulta são os preços quase proibitivos que esses vinhos alcançam aqui no Brasil.
Cor rubi clara, com toques alaranjados, translúcida.
Aromas de média intensidade, com boa evolução na taça, predominando tostado, caramelo e madeira, com fruta em segundo plano.
Bom equilíbrio após aeração, com taninos domados e boa acidez.
O álcool sobressai um pouco, mas melhora sensivelmente na taça.
Final longo, deixando impressão final de madeira adocicada.
Altamente recomendado.
Classificação: muito bom.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...