Preceito básico

O bom vinho não é o que os críticos e os entendidos enaltecem, nem aquele que custa os olhos da cara, nem o que todos bebem. O bom vinho é aquele de que gostamos, o que conseguimos comprar e, principalmente, o que bebemos em boa companhia!


terça-feira, 31 de maio de 2011

Confraria ASL

Quinta-feira dia 26.
Dia de mais uma reunião da Confraria Amigos de São Lourenço.



Com certeza o melhor encontro até agora.
Para abrilhantar a noite, contamos com os préstimos gastronômicos do chef internacional "Toninho tio da Carla", especializado em culinária dinamarquesa, que simplesmente arrebentou.
Abrimos os trabalhos com uma entrada de pães e uma espécie de foie gras, com champignon e bacon. Uma delícia.



Continuamos o sofrimento com uma sopa de alho-poró e cream cheese que foi o destaque da noite.



Depois disso, codornas à moda do rei.



Para finalizar, apfelstrudell com sorvete de creme, do qual infelizmente não tenho fotos, mas estava demais.
Os vinhos degustados foram todos com Pinot Noir.
  
   Casa Marin Lo Abarca Pinot Noir 2009 (Chile)

   Alamos Selección Pinot Noir 2009 (Argentina)

   Bodega del Fin del Mundo Reserva Pinot Noir 2009 (Argentina)

   Sileni Estates Cellar Selection Hawke's Bay 2009 (Nova Zelândia)

   De Wetshof Dukesfield Pinot Noir 2008 (Africa do Sul)

   Joseph Faveley Bourgogne Rouge 2008 (França)

O destaque absoluto foi o sul-africano.



Um nariz delicioso, marcante, com frutado leve, um pouco de madeira e especiarias. Na boca, bastante equilíbrio, acidez na medida, álcool correto e um marcante toque de noz moscada. Final longo e delicioso. Excelente.











A noite foi dura, mas resistimos bravamente e estamos prontos para a próxima.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Gaja Ca’Marcanda Promis 2008



O blend supertoscano refere-se a vinhos com componente significante de Sangiovese combinado com variedades não associadas tradicionalmente à Itália, tais como Cabernet Sauvignon, Merlot e outras. Isto diferencia este blend do blend de Sangiovese clássico, no qual uma parte predominante de Sangiovese é combinada com variedades tradicionais italianas. Alguns vinhos famosos como Sassicaia, Masseto and Ornellaia e que são associados ao termo supertoscanos não apresentam Sangiovese o que causa alguma confusão.
De fato, o termo supertoscano foi usado para se referir especificamente a vinhos como Sassicaia and Tignanello. Eram vinhos que não eram incluídos no sistema de classificação DOCG italiano, pois continham variedades não permitidas e eram envelhecidos de maneira diferente (em barrica) ou então tinham 100% de Sangiovese, o que, então, não era permitido para a região do Chianti. Forçosamente foram classificados como vinhos “de tavola”,  mas rapidamente encontraram amparo na crítica especializada e tiveram preços maiores do que os próprios DOCG Chianti Classico e vários Brunello di Montalcino. Começaram a ser chamados de supertoscanos, em virtude de sua popularidade, qualidade e preços elevados. Posteriormente, as autoridades italianas, 1992, reclassificaram esses vinhos na categoria IGT (Indicazione Geografica Tipica).
Esse Ca’ Marcanda é produzido por Angelo Gaja, produtor renomado do Piemonte e que se aventurou na Toscana e escolheu a região de Bolgheri, no litoral, para produzir os seus IGTs.
E, de fato, esse é um belo vinho. Trazido pelo amigo Zé Roberto, recém chegado de viagem pela Itália, foi degustado ontem e impressionou.
Inicialmente um pouco fechado, mas com a aeração abriu e dominou a cena.
Cor rubi média, traslúcido e fluido. Aromas intensos, complexos e com várias camadas, com frutado leve, compota, chocolate e madeira discreta, muito bem colocada. Na boca mostra todo seu potencial, com extremo equilíbrio, sem faltar nem sobrar nada. Taninos aveludados, acidez na medida, álcool quase imperceptível. Confirma o nariz. Final longo e delicioso.
Vinhaço.
Infelizmente, sofreu uma evaporação instantânea, e o ZR só trouxe uma garrafa.
Classificação: excelente.

Por enquanto, sigo degustando meu básico, aguardando o próximo convite para uma incursão à adega do ZR, que está bombando.

domingo, 8 de maio de 2011

Santa Carolina Reservado Carmenére 2010

Dia das mães.
Almoção num bom restaurante com a patroa e os meninos.
Escolho o prato - um belo medalhão (e realmente estava uma delícia).
Agora, o vinho.
A carta estava tão boa que o vinho que pareceu atrapalhar menos o prato foi um Santa Carolina Reservado Carmenere 2010!
A questão desses reservados já foi postada aqui.
A safra 2010 no Chile foi desastrosa. Com o terremoto, tudo parou, inclusive a vitivinicultura. Colheita fora da época, atrasos, dificuldades no manejo da produção, etc.
O vinho, como já esperava, era um verdadeiro terremoto. Quase aterrou o prato.
Cor rubi claro, transparente. Quase sem aromas, com um frutadinho magrelo e um toque herbáceo.
Na boca é raquítico, ralinho, taninos desnutridos, álcool na medida (para o vinho). 
Final curtinho, também com toque herbáceo.
Tudo "inho".
Conclusão : vinhozinho.
Classificação : regular(zinho).
Pelo menos não foi caro...
...foi carinho.

Marques de Casa Concha Merlot 2007

Tem dias em que você quer tomar um bom vinho e não está disposto a decepções. Você simplesmente não quer arriscar no desconhecido. Apenas relaxar e aproveitar. Nessa hora você tem abrir aquelas figurinhas carimbadas, que você sabe que vão fazer bonito.
Foi assim nessa sexta feira. Final do dia após muito trabalho, final de semana pela frente, jantarzinho caseiro com a patroa. O tiro tem que ser certeiro.
Não tive dúvida. Abri logo esse Marques que comprei não própria Concha y Toro, em viagem recente pelo Chile. E o marques, com toda fidalguia própria de um nobre, fez sua parte.
Cor púrpura profunda, quase impenetrável. Nariz poderoso, inicialmente com frutas escuras, ameixa, depois tabaco e uma madeira adocicada muito bem colocada. Na boca mostrou muito equilíbrio, tudo muito legalzinho. Taninos macios, álcool discreto e uma acidez que deu um toque a mais. Final longo e delicioso.
Mais um daqueles exemplares que sofrem de evaporação instantânea. Foi embora rapidinho.
Tem um kung fuzinho básico, mas de qualidade e sem atravessar.
A safra (2007) é considerada pela vinícola como uma safra especial ("cosecha historica", como se vê no rótulo).
Classificação: excelente.

FICHA

Produtor: Concha y Toro
Tipo: Tinto - Merlot
Região: Valle de Rapel
País: Chile
Uvas: Merlot(100%)
Safra: 2007
Graduação Alcoólica: 14.5%
Temperatura de Serviço: 16ºC
Envelhecimento: 18 meses em barricas de carvalho francês(36% em barricas novas e 64% em barricas de 2º uso).
Safra: 2007
Estimativa de Guarda: 5 ano(s)
Avaliações: Robert Parker : 90

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Peñalolen Azul 2008

Esse vinho foi adquirido no Cadeg, em Benfica, no Rio de Janeiro.
Comprei-o para experimentar algo da tão falada Viña Quebrada de Macul, uma espécie vinícola "cult" chilena, que fez seu nome em cima de seu top, o Domus Aurea, vinho que andou fazendo estrago e ganhando prêmios por aí.
E a verdade é que, se a vinícola dependesse desse vinho para deslanchar, talvez ficasse mal das pernas.
Tudo bem que Peñalolen é a linha de entrada, mas este Azul foi recentemente lançado com certa pompa.
Não achei nada de mais.
Cor púrpura escura, impenetrável. No nariz é interessante, com um frutado leve, madeira discreta e eucalipto bem marcante. Na verdade, marcante demais, dominando a cena e não deixando espaço para uma maior complexidade. Na boca, mostrou taninos um pouco agressivos, com álcool saliente e manteve o domínio do mentol, o que não agradou (gosto pessoal). Final de boca longo, com algum amargor.
O vinho é bonzinho, tem um toque exótico e tal, mas deixou a impressão que falta algo.
De qualquer forma, não é um vinho fácil de entender.
Espero que o outro vinho que comprei da mesma vinícola seja melhor ( comprei um Alba de Domus).
Classificação: estou na dúvida entre regular e bom, mas acho que fico com bom.


Obs.: O rótulo é bem interessante, com uma cabeça de cerâmica azul.


Veja o que o enólogo diz:
En cuanto al nombre, ha sido elegido por el artista (acuérdate que le queríamos llamarlo Blue inicialmente y Benjamin Lira prefería ponerle Azul). Al final, creo que tenía razón. De hecho, el artista siempre tiene la razón. 
Porque el nombre Azul, creo que la repuesta es bien obvia. Sino que el Azul es algo superior. No solo en la epoca de los reyes, donde el azul era el color de la virgen Maria y simbolo de majestad. Abundante en el mar y el cielo, el pigmento Azul es muy escaso. Difficil de fabricar, el Azul ha sido por mucho tiempo un color de nobleza y lujo.
El Azul simbolisa el infinito, divino y spiritual. Podemos extender mucho mas, como lo veras.
Porque esta escultura? Una cerámica es antiguamente utilitaria, como un vaso en el cual le ponemos algo adentro. Una cabeza de cerámica, vacía adentro, es justamente para ponerle ideas adentro. Es obviamente muy alineado con la filosofía de Peñalolen en hacer sus vinos, que de encontrar nuevas ideas para producir mejor. Peñalolen siempre tendrá como símbolo una cerámica, y porque del vino se trata de hombres, el hombre será el soporte. 

terça-feira, 3 de maio de 2011

Conde de los Andes Rioja Reserva 2004 # CBE

Escrevo hoje para a Confraria Brasileira de Enoblogs.
E o tema do mês foi: vinho da uva tempranillo de qualquer faixa de preço.
Apresento, portanto, o Conde de los Andes Rioja Reserva 2004, um vinho produzido por Federico Paternina, que possui vinícolas em Rioja, Jerez e Ribera Del Duero. Esse vinho foi comprado no Duty Free de Garulhos por 19 dólares, o que, na minha opinião, foi uma pechincha.
O vinho realmente agradou bastante.
Cor rubi escuro, com halo levemente acastanhado. No nariz, aromas de média intensidade, com várias camadas e boa evolução na taça, exibindo frutas negras, baunilha e tostado, que se misturam num conjunto muito agradável. Bom exemplo de integração fruta/madeira sem nenhum excesso. Na boca, continuou agradando, com bastante equilíbrio e taninos macios e finos. Álcool quase não percebido. Retrogosto de média intensidade, sem nenhum amargor, convidativo ao próximo gole.
O vinho, contudo, apresentou um defeito grave – acabou rapidamente.
Aliás, parece ser uma característica bastante comum nesses vinhos da Rioja.
Classificação : excelente. 
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