Preceito básico

O bom vinho não é o que os críticos e os entendidos enaltecem, nem aquele que custa os olhos da cara, nem o que todos bebem. O bom vinho é aquele de que gostamos, o que conseguimos comprar e, principalmente, o que bebemos em boa companhia!


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Decantando com o liquidificador

Resolvi proceder essa experiência inspirado pelo excelente post do colega Mário Trano, do blog Mondovino - diga-se de passagem, um dos melhores blogs sobre vinho que eu conheço. Devo salientar que o plágio foi devidamente autorizado e até incentivado pelo autor.
Pois bem, primeiramente o vinho: escolhi um vinho que trouxe de viagem recente a Mendoza, que adquiri ao visitar a Bodega Lopez.

Trata-se do  Chateau Vieux 1996, um vinho da linha intermediária da tradicional vinícola mendocina (é, não tive coragem de testar com os Monchenot que trouxe de lá). É um interessante blend de Cabernet Sauvignon, Merlot e Pinot Noir, que estagiou por 8 anos em tonéis de 5000 a 20000 litros antes de ser engarrafado e que me pareceu ideal para o teste, um vez que é vinho que necessariamente necessita de um bom tempo de decanter para depois ser tomado.
Assim, o vinho foi aberto, um terço da garrafa foi colocado em um liquidificador e batido por 30 segundos.


Após isso, estas foram as minhas constatações:
1- O vinho, em si, é muito bom, um blend realmente interessante. Bonita com rubi acastanhada, com lágrimas notavelmente lentas na taça. Nariz interessantíssimo, pouco frutado, com madeira sutil e uma série de aromas seqüenciais, com tabaco, especiarias, alcatrão, café,... Na boca continuou surpreendendo com uma acidez instigante e taninos tão macios que pareciam aveludados. Álcool correto. Final de média duração, confirmando o nariz.
2- O vinho do liquidificador mostrou aromas mais abertos e taninos mais vivos nos primeiros minutos, mas que colapsaram a seguir, fazendo o vinho ficar praticamente sem aromas e na boca, desequilibrado.
3- O vinho que não passou pelo liquidificador inicialmente estava fechado, mas com algum tempo de taça abriu e deu show, contrastando radicalmente com a outra taça, que seguia a passos largos para a decrepitude.

Assim, não posso de forma alguma recomendar o método, mas pretendo fazer outras experiências para confirmar os resultados.
Espero que outros colegas blogueiros animem-se a tentar e possam acrescentar suas experiências à minha e à do Mário.
Abraços.


6 comentários:

  1. Leigo,
    Vc e o Doutor deveriam fazer uma parceria já que são afeitos a essas doideiras.

    Eu prefiro um aeradorzinho mesmo (o meu é o da Venturi) ou então uma boa sacolejada no decanter.

    Me lembrou até aquela piada do cara que chegou pra mulher e disse: "Amor, prepare um prato especial pra comermos com aquele Petrus que tô guardando há anos. Afinal, hoje é nosso aniversário de casamento".
    Dito e feito. Quando ele chegou em casa o jantar já tava na mesa. Um belo Pato ao molho de Petrus.

    Abs

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  2. Valeu, meu amigo!
    Já compartilhei a sua experiência no MondoVinho.
    Parabéns e um grande abraço!

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  3. Bk,

    essas experiências até que são divertidas.
    Esta especificamente não deu certo, mas valeu.
    Mas não estraguei o vinho, porque só usei um terço dele.
    Vou tentar agora com um vinho jovem.


    Abs

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  4. Mário,

    obrigado, parceiro.
    As próximas experiências ocorreram e eu comunicarei.


    Abs

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  5. Muito bom!Confesso que não tenho a coragem necessária para tal, mas gostei de ler...

    Saudações deste lado do Atlântico,
    Carlos Soares
    http://wineofus.blogspot.com

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  6. J Pires/C Soares,

    Obrigado pela participação.
    Seja sempre bem-vindo.
    Se por acaso tomar coragem para fazer a experiência, comunique que a postaremos aqui também.

    Abs

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