Preceito básico

O bom vinho não é o que os críticos e os entendidos enaltecem, nem aquele que custa os olhos da cara, nem o que todos bebem. O bom vinho é aquele de que gostamos, o que conseguimos comprar e, principalmente, o que bebemos em boa companhia!


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Feudo Maccari Nero D'Avola 2010

Um bom vinho da tradicional vinícola siciliana Feudo Maccari.
Simples, mas eficiente. E como todo bom italiano, bem gastronômico.
Nariz tímido, com frutado discreto.
Corpo leve, taninos macios e acidez bem ressaltada.
Final curto, mas harmônico.
Agradou.
Deve ir muito bem com massas com molho vermelho.
O preço é que não anima, para o que o vinho oferece : 62 pratas, na Grand Cru.
Classificação LV: bom.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Malamado Soleria



Esse é fera!
Comprei diretamente na Zuccardi em viagem recente em junho deste ano.
É uma novidade, um fortificado de Torrontés que estagia três anos em barricas de carvalho.
ESPETÁCULO!!!
A embalagem e a garrafa já são um show a parte.
Linda cor âmbar, com reflexos avermelhados.
Aromaticamente pujante e complexo, com toques florais, frutas brancas (damascos predominando), mel, madeira perfeita e especiarias.
Na boca, ótimo corpo e doçura irresistível. A madeira permeia e dá uma sensação de unidade ao conjunto. Bom volume, enche a boca.
Final longuíssimo, confirmando nariz e convidando ao próximo gole.
Pra ser chato, faltou um pouquinho de acidez.
Não está disponível ainda por aqui, mas é demais.
Definitivamente marcante.
Classificação LV: excelente.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Poggiano Chianti 2007


Esse estava perdido no fundo da adega há um tempo e foi escolhido esta noite.
Não me lembro onde ou quando foi comprado. Era importado pela Enoteca Fasano.
Abri para agradar a patroa, que sempre pede um Chianti.
Numa noite de terça-feira, após um dia de trabalho cansativo, caiu muito bem.
Cor rubi com reflexos acastanhados, mostrando evolução.
Aromaticamente simples, com frutado discreto, toque defumado e madeira discreta.
Na boca, corpo leve, boa acidez, bem balanceada com o álcool e taninos comportados.
Final curto, mas agradável.
Chianti típico, simples e correto.
 
Classificação LV: bom.
.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Calyptra Pinot Noir Premium 2010


Já havia provado esse vinho em safra anterior.
De certa forma foi um tira-teima. E a primeira impressão se confirmou.
Um Pinot com pouca tipicidade, sem nada a acrescentar.
Cor rubi média, brilhante e translúcida.
Aromas de média intensidade, com presença de um frutado agradável, toques herbáceos e de pimenta.
Na boca o álcool sobrou, apesar de uma boa acidez. Taninos dóceis. Corpo médio. Algo adocicado.
Final de média duração, com álcool ainda bem presente.
Prová-lo depois do Fulvia foi covardia.

Classificação LV: regular.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Fulvia Pinot Noir 2011 - mais uma vez surpreendendo


Não sou fã de vinhos nacionais, não posso negar. Não vejo a qualidade toda que falam, nem mesmo nos espumantes. Acho que tem muito marketing, muita premiação obscura, muito preço e pouca qualidade.
Há um tempo provei o Fulvia Pinot Noir 2009, do Marco Daniele e fiquei de queixo caído. Vi uma luz no fim do túnel para a mediocridade.
E confesso que quando abri esse 2011, tive o receio de ter aquela impressão apagada. Tive receio de ter sido apenas obra do acaso.
Mas, não. Esse Fúlvia PN 2011 consegue ser melhor.
Para mim, que não sou fã dos brazuquinhas, dizer que esse é o melhor vinho nacional não quer dizer nada. Desta forma, o que digo é que é um grande vinho.
Não faria feio em nenhuma mesa.
Realmente impactante.
Vivo, cheio de nuances e surpreendente.
Não tenho o desejo de descrevê-lo.
Só aproveitá-lo, que é o que estou fazendo neste exato momento.
E o que recomendo de todos fazerem.

Classificação LV: excepcional.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Achaval Ferrer Malbec 2011


Degustar esse vinho foi especial.
Primeiramente por sua qualidade, mas também por ter trazido recordações da viagem recente a Mendoza, quando tivemos a oportunidade de visitar a vinícola e nos impressionar com a beleza do lugar e com a qualidade dos seu vinhos.
A degustação foi conduzida num aconchegante sofá localizado no belo jardim com vista para a cordilheira. Fantástico.
 

Os vinhos degutados: Malbec 2011, Quimera 2009, Finca Bella Vista 2009 e Finca Altamira (não me lembro a safra, mas era o melhor deles, incrível), e um doce de Malbec que ainda não estava em comercialização. Todos, sem exceção, excelentes.

 
Esse Malbec que, na verdade, é a linha de entrada deles, mais parece um top de qualquer outra vinícola.
Essa garrafa eu trouxe direto da vinícola, e apresentou cor rubi escura e fechada, com aromas de fruta escura, boa carga de toques florais (violeta), especiarias e madeira bem discreta. Com tempo no copo vai mostrando cada vez mais sua complexidade. Na boca é encorpado, mas não perde a elegância. Taninos finos, acidez adequada, boca cheia. Final longo.
Vinhaço.
E é apenas o vinho de entrada...
Classificação LV: excelente.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Maycas del Limari Pinot Noir Reserva 2011


Taí um Pinot que vale a pena experimentar, especialmente para os amantes dessa uva, como eu.
Não é um vinhaço, mas agrada. Está bem acima da média dos Pinot sulamericanos que tenho tomado.
Aliás, essa vinícola tem surpreendido com alguns bons vinhos, notadamente o Syrah.
Cor rubi clássica, um pouco fechada para a uva.
Nariz com boa presença de fruta vermelha e também caramelo e cedro após algum tempo de taça.
Na boca mostrou classe, sem a pancadaria novo-mundista que não combina em nada com essa casta. Taninos finos, dóceis, boa acidez e álcool um pouquinho acima do desejável, mas sem comprometer.
Final agradável, típico, de média permanência.
Vale o cobrado (50 dilmas).
Classificação LV: bom.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Querceto Chianti 2010 - Só pra variar



Mais um Chianti por aqui...
O que mais me encanta nesses vinhos é o carater despretensioso, informal e corriqueiro, um ótimo companheiro.
Um vinho para o dia-a-dia?
Com certeza. Mas a vida é o dia-a-dia, e o dia fica bem melhor com um Chianti.
Cor rubi translúcida. Aromas típicos, com frutado leve e toque defumado. Corpo leve, taninos dóceis e acidez na medida. Final curto, mas convidativo ao próximo gole.
Gastronômico, é claro.
Um típico Chianti, o meu vinho do dia-a-dia.
Classificação LV: bom.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Erasmo 2007 - decepção para uns, encanto para outros


A expectativa que temos em relação a algo altera nossa percepção. Alguns colegas blogueiros referiram uma certa decepção com relação a este vinho. Creio que pela alta expectativa que tinham antes de prová-lo. Vinho badalado, eleito o melhor tinto do Chile pela Descorchados, medalhão.
Acho que a expectativa gerou a decepção.
Eu, ao contrário, talvez já influenciado por essa mesma decepção dos colegas, abri este vinho sem muita expectativa, apenas curiosidade. E devo confessar que me encantei com o vinho.
Corte bordalês, com Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc, com maturação de 18 meses em barricas francesas e 12 em garrafa.
Cor rubi, sem sinais de evolução.
Aromas de média intensidade, que evoluiram muito bem com a aeração. Frutas negras, pimenta e toques mentolados dominantes. Madeira bem trabalhada e sem atravessar.
Na boca, bastante equilíbrio, taninos finos, prontos e de ótima qualidade, álcool sobrando um pouco e acidez vibrante, que deu vida ao vinho.
Final com boa persistência.
Apresenta uma elegância incomum para um vinho sulamericano.
Belo vinho, com preço justo (80 dilmas).
Já tomei vinho com o dobro do preço que não oferecia nem metade do que esse oferece.
Classificação LV: excelente.

Ibericos Crianza 2008 Rioja


Ultimamente tem sido difícil encontrar um espanhol numa faixa de preço mais acessível que apresente algo diferente, que fuja do lugar-comum.
Cor rubi escura, brilhante.
Aromas tímidos, com frutado leve e toques especiados e madeira.
Taninos rústicos, corpo médio, álcool sobrando, acidez média.
Final discreto, com leve amargor.
Não chega a ter defeitos, mas não é grande coisa.
Foi degustado na Fogo de Chão em São Paulo e mesmo assim não chegou a empolgar.
Classificação LV: bom (em parte pelo churrasco de primeira que o acompanhou).

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Salton Gamay 2012 - fujam deste vinho

Se virem esse vinho por aí, não se deixem influenciar pelo belo rótulo ou pela associação com o vinho francês que  ele tenta imitar.
Não gastem um centavo com ele. É bem ruim mesmo. Algo que se situa entre vinho e Fanta Uva.
Qualidade insuficiente para qualquer análise.
Imbebível, foi todo para o ralo.
Meu consolo é que eu não comprei - ganhei em uma promoção de um shopping.
Classificação LV : ruim.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Uma boa pedida em Sampa



Certamente vale a pena.
Um belo jantar na Cantina da Família Mancini.
Massa maravilhosa (comemos um espetacular tagliatelle ao ragu de mignon e funghi), ambiente acolhedor, ótimo atendimento e um somelier que atende com simplicidade e simpatia.
Recomendou este Chianti Poggio Salvi 2005, que, de tão bom, não nos deixou lamentar o preço.
Que bela noite!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Fattoria dei Barbi Morellino di Scansano 2009




A Toscana possui uma diversidade vitivinícola digna de nota. São onze DOCG e simplesmente trinta e oito DOC. No meio dessa diversidade, uma peculiaridade: a sangiovese aparece como corpo de uma boa parte dessas denominações. Os italianos costumam brincar dizendo que eles produzem vários vinhos com a mesma uva. Nobile di Montepulciano,  Chianti,  Brunello de Montalcino,  Rosso de Montalcino e  Morellino di Scansano são exemplos de vinhos feitos com a sangiovese ou suas variantes. De qualquer forma, a sangiovese é a principal uva da Toscana e é perfeita para acompanhar a deliciosa culinária da bota.
O Morellino de Scansano é produzido com uvas Sangiovese no sul da Toscana e sua produção tem aumentado recentemente. A sangiovese (olha ela aí!) é utilizada num mínimo de 85%. Conseguiu DOCG em 14 de novembro de 2006; assim, a primeira safra DOCG é a de 2007. Em bons anos pode-se produzir o Riserva (envelhecimento mínimo de dois anos, sendo um em barricas).
Com relação a este vinho, é produzida pela tradicional Fattoria dei Barbi com Merlot e Sangiovese (85%). Cor vermelho rubi, com toques grená, bem translúcida. Aromas bem fechados inicialmente, mas que abriram um pouco depois de alguns tempo na taça (o que alías é bem marcante com vinhos da sangiovese). Frutado com toque tostado. Na boca, tem corpo leve/médio, certa rusticidade nos taninos, mas com um bom conjunto. Final breve, mas agradável.
Achei um vinho básico, mas certamente vai agradar. Deve ir bem com massas com molho vermelho.
Espero ainda outros exemplares dessa DOCG para me convencer de sua qualidade.
Classificação LV: bom.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Castello di Querceto Chianti Classico 2009

Mais um para a lista de italianos devidamente executados.
Este é de um produtor confiável, sediado na belíssima Greve in Chianti, que foi recentemente visitada por nós.
E posso garantir que não tem como se decepcionar.
Muita tipicidade.
É para tomar de olho fechado e dizer que é um Chianti Classico.
Aromas de qualidade, frutado e defumado.
Boca equilibradíssima, com bom volume, boa acidez e taninos com aquele toque de rusticidade que tanto encantam nos Chianti.
Final de boa persistência, muito agradável.
Tiro certo, não tem erro.
A não ser que não goste de um Chianti...

Classificação LV : muito bom.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Latitud 33 Chardonnay 2010


Ainda na linha custo-benefício, a linha Latitud da Bodegas Chandon é uma bela opção, especialmente o Chardonnay.
Fresco, simples e direto, desce muito fácil e a garrafa seca rapidamente.
Cor amarelo palha. Aromas cítricos e florais. Na boca, corpo leve, boa acidez e certa untuosidade. Final delicado, de média persistência.
Muito agradável. Acompanhou muito bem um risoto de camarão.
Indico.
Classificação LV: bom.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Bellosguardo Chianti 2010



Eis aí um Chianti com um ótimo custo-benefício.
Comprei por 27 pratas e foi uma boa aquisição.
Contudo, não espere um vinhaço - é um Chianti básico, embora correto.
Cor rubi clara e nariz frutado com um toque tostado.
Corpo leve/médio, boa acidez e taninos brandos.
Final agradável, médio.
Agradou.
Ótimo para o dia-a-dia, principalmente acompanhando massas com molho vermelho.
Classificação LV: bom.

sábado, 9 de junho de 2012

Catena Alta Chardonnay 2008



Falar da Catena Zapata é chover no molhado, mas esse vinho, mesmo considerando a alta expectativa, surpreendeu.
Certamente um dos melhores brancos sul-americanos que já provei.
Comprei na própria vinícola, em visita que fizemos no ano passado.
Cor amarelo-ouro, clara e translúcida.
Nariz intenso, frutado (abacaxi, pêssego e pera), com toques florais, além de mel e tostado.
Na boca é irresistível, com palato amanteigado, sem deixar de lado a acidez, que é vibrante e encantadora.
Final longo e definitivo.
Espetáculo!
Classificação LV: excelente.

FICHA
Produtor: Catena Zapata
País: Argentina
Região: Mendoza
Safra: 2008
Tipo: Branco Seco
Uva: Chardonnay
Maturação: Maturação em barricas de carvalho francês por 11 meses, sendo 60% novas.
Temperatura de Serviço: 11 a 13ºC
Teor Alcoólico: 14%
Sugestão de Guarda: até 10 anos

Viagem a Mendoza - balanço geral


Estamos de volta. A mala cheia de vinhos e boas recordações.
Estivemos em Mendoza pela primeira vez há um ano e meio e regressamos na semana passada.
A impressão foi a mesma que a da primeira vez: Mendoza é o destino mais certeiro para os enófilos. E para os gourmets. E para os amantes da natureza. E para os aventureiros. Enfim, para todos.
Nesta época a região está linda e seus tons outonais são inspiradores. Sem falar na onipresença avassaladora da cordilheira, que confere uma beleza extraordinária à paisagem.
Visitamos várias vinícolas, é claro, e os destaques ficaram por conta da Achaval Ferrer, Cobos e Pulenta (pela qualidade dos vinhos) e da Salentein e O. Fournier (pela beleza arquitetônica de suas instalações). No quesito gastronomia nas vinícolas, destaque para Zuccardi, Ruca Malen e O. Fournier. Afinal, todo enófilo é também um "comidófilo", não é?
Realmente um espetáculo!
Em breve, os posts aparecerão.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mendoza - para entrar no clima de novo

Amanhã o Leigo Vinho embarca em mais uma incursão rumo a Mendoza.
Para entrar no clima, um toque do gênio Piazolla.



Hasta luego.

sábado, 5 de maio de 2012

Montes Alpha Syrah 2007



Já havia algum tempo que eu estava planejando abrir este vinho de Aurelio Montes, que estava na adega há, pelo menos, uns dois anos.
A oportunidade surgiu quando resolvi fazer um bife de chorizo aqui em casa e resisti ao hábito de abrir um Malbec para acompanhá-lo.
Agradou e harmonizou bem.
Cor púrpura, escura e densa. Aromas explosivos de frutas negras (ameixa) ao abrir a garrafa, mas com algum tempo estabilizaram e apareceram notas de pimenta, couro, café e uma madeira bem marcante. Na boca, mostrou-se encorpado, com taninos maduros e prontos, de qualidade. Baixa acidez e álcool sobrando. Final longo.
Um típico chilenão novo-mundista.
Pra quem gosta do estilo é tiro certo.
Ando pouco afeito a este estilo ultimamente, mas nesta ocasião caiu muito bem.
Classificação LV: muito bom.

FICHA

Produtor: Viña Montes
País: Chile
Região: Vale de Colchagua
Tipo: Tinto
Corte: Syrah (90%), Cabernet Sauvignon (7%) e Viognier (3%)
Safra: 2007
Maturação: 12 meses em barricas de carvalho francês.
Temperatura de Serviço: 18 a 20ºC
Teor Alcoólico: 15% Vol.
Sugestão de Guarda: de 5 até 10 anos
Avaliações: 90 (WS) 90 (RP)

terça-feira, 1 de maio de 2012

Poggio alla Sala - Vino Nobile de Montepulciano - 2008


Mais um vinho italiano degustado e mais uma grande satisfação.
Esse é um belo exemplo de Nobile de Montepulciano, produzido pela famosa Família Gatavecchi, que inclusive já teve um vinho comentado aqui.
Como sabido, os "Nobile" são produzidos a partir de um clone da Sangiovese, a Prugnolo gentile. Aliás, é impressionante o perfil multifacetário que essa uva nos proporciona. Produz, em solo italiano, uma variedade de vinhos bastante distintos, desde os Chianti até os grandes Brunellos (Sangiovese Grosso), passando pelos Nobile de Montepulciano, sem falar de outros.
Esse eu comprei diretamente na fonte, em recente viagem à Itália, com passagem por Montepulciano, que, diga-se de passagem, é uma cidade maravilhosa.


Falando do vinho, apresentou uma bela cor rubi, sem sinais de evolução ainda. Translúcidos e abundante em lágrimas finas. Aromas marcantes, com frutas negras, especiarias e madeira discreta. Na boca, corpo médio, taninos finos acidez na medida, com muito equilíbrio. Final de média permanência, ressaltando o belo conjunto.
Mais um caso de evaporação instantânea, deixando o desejo de que fosse uma magnum.
Paguei 14 euros e não achei para venda aqui no Brasil, mas não ouso imaginar o preço que teria.
Classificação LV: muito bom.


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Quinta do Alqueve 2 Worlds Reserva 2004

Falar que o vinho não é bom não é verdade, mas não é lá essas coisas.
A proposta seria de um vinho que fizesse uma dobradinha novo e velho mundo (Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional). Tendeu mais para o novo mundo (talvez por uma questão mercadológica) e fez o vinho perder identidade.
Cor rubi-violácea, escura e pouco translúcida. Aromas intensos, inicialmente com frutas vermelhas. Com algum tempo de taça, especiarias e madeira em demasia. Na boca tem corpo médio, taninos macios, com certa doçura. Álcool e acidez apenas corretos. Final de média duração.
Tem arestas e falta identidade.
A primeira taça desce bem, depois fica meio enjoativo. Apesar de ser razoavelmente bom, não compro de novo.
Classificação LV: bom.

domingo, 8 de abril de 2012

Rocca delle Macie Chianti Classico Riserva 2007



Este eu comprei direto na fonte, em recente viagem à Toscana. Grande viagem, diga-se de passagem.
Os Chianti são mesmo apaixonantes e têm um toque próprio e inconfundível.
Este mostrou cor rubi médio, com alguma translucidez. Aromas de boa intensidade, com frutas vermelhas, alguma madeira e um defumado característico. Na boca bem equilibrado, corpo médio, taninos bem formados, ainda um pouco rústicos, álccol na medida e ótima acidez. Final médio, frutado.
Não tem grande complexidade, mas é cativante. Trouxe ótimas recordações.

Classificação LV: muito bom.

sábado, 7 de abril de 2012

Margaux Private Reserve 2008



Este eu ganhei da amiga Rita. Eu esperava guardá-lo mais um pouco, mas não resisti. E agradou bastante. Chamou atenção pelo grande equilíbrio e maciez.

Cor rubi com reflexos violáceos, não demonstrando sinais de evolução. Inicialmente mostrou aromas de média intensidade, com bom ataque frutado (frutas vermelhas). Com algum tempo de taça, apareceram uma madeira discreta e bem integrada, baunilha e um toque herbáceo. Na boca é que mostrou sua qualidade, com corpo médio, taninos de ótima qualidade, finos e prontos, boa acidez e álcool na medida. Final de média permanência, suculento.
Belo vinho. Classudo.

Classificação LV: muito bom. 

FICHA

Produtor: Schröder & Schÿler
País: França
Região: Bordeaux
Safra: 2008
Tipo: Tinto
Uva: Cabernet Sauvignon (40%), Merlot (30%), Cabernet Franc (20%) e Petit Verdot (10%)
Vinhedos: Vinhedos localizados na area de AOC Margaux. Rendimento limitado a menos de 35hl/ha. Colheita manual.
Vinificação: Vinificação en tanque aberto com controle de temperatura.
Maturação: Maturação em barrica de carvalho de primeiro e segundo uso entre 12 e 15 meses.
Temperatura de Serviço: 18 a 20ºC
Teor Alcoólico: 12,5%
Sugestão de Guarda: de 5 até 10 anos

quinta-feira, 5 de abril de 2012

CADEG - surpresa agradável

O amigo Estevão nos brindou com este post sobre sua recente visita ao Cadeg.

"Num despretensioso final de semana, resolvi seguir o conselho de nosso orientador “VITIVINÍCOLO” (Leigo Vinho). Como eu iria ao Encontro Carioca de Cirurgia Vascular, no Rio de Janeiro, resolvemos passar pelo bendito CADEG (Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara), numa quinta–feira.
Localizado no bairro de Benfica, próximo ao campo do Vasco da Gama, sua fundação iniciou por volta de 1932. Após várias tentativas e por insatisfação dos comerciantes da então Capital do Brasil, resolveu-se, em assembléia, criar a associação que o efetivaria em 1955. Após compra de prédio da antiga fábrica de cigarros foi inaugurado na rua Capitão Félix.
Fácil de achar, penso que todos que curtem gastronomia e apreciam bons vinhos precisam dar uma checada. O mercado CADEG é um exemplo vivo do que podemos chamar de intensa movimentação de trabalho. O mercado é um gigantesco galpão que comercializa frutas, legumes, verduras, vinhos, flores e outras plantas.
Indo ao que interessa: encontramos o mercado fácil, fácil, e mais ainda o restaurante  indicado, o BARSA.

Prato escolhido: o seu carro chefe, o Bacalhau do Rei. Vinho escolhido: Alvarinho “Deu La Deu”. Tudo igualzinho ao que nos indicou o "chefe". Não deu outra, quero voltar lá. Bom demais...

Vinho português verde branco, de cor citrina clara, bem frutado, encorpado e com paladar excepcional. Caiu muito bem. Refrescante. Valeu seu preço (R$ 76).
Saímos de lá satisfeitíssimos, certo de que o Cadeg se tornou referência. Mais uma, para nós que adoramos ir à cidade maravilhosa.
O único ponto negativo do CADEG é ser próximo ao Vasco da Gama. Tirando este defeito podem ir que valerá a pena."




Estevão .


Estevão, meu parceiro, tava indo bem até falar do Vascão...

quinta-feira, 29 de março de 2012

Porca de Murça Reserva 2007

A Real Companhia Velha é uma das pioneiras no Brasil. Muito antes da invasão do mercado por zilhões de vinícolas estrangeiras e até antes da pueril febre dos vinhos da "garrafa azul", ela já investia no mercado brasileiro. Não tenho dados, mas acredito que o Porca de Murça (junto com o Periquita) seja um dos maiores sucessos de venda no Brasil. Já havia provado o "genérico" e achado bem "fraquinho", sem muito pra mostrar, mas esse reserva já tem mais categoria, embora não seja brilhante.

Produzido a partir das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinto Cão, apresenta cor rubi arrouxeada, densa e pouco transparente. Aromas discretos, com frutas escuras, pimenta e madeira discreta. Na boca bom equilíbrio, corpo médio, taninos um pouco ásperos, boa acidez e álcool justo. Final de média permanência.

É um bom vinho. Com certeza cumpre bem seu papel. Não vai decepcionar, mas não vai impressionar.

Classificação LV: bom.


domingo, 25 de março de 2012

Alma Negra Pinot Noir 2009



Aqueles que me conhecem um pouco sabem da minha preferência escancarada pela Pinot Noir. E tenho provado vários, de diferentes lugares e estilos. Embora meu gosto pessoal recaia sobre o estilo Borgonha, já provei vários PN que me encantaram.

E foi o caso deste Alma Negra, obra do badalado Ernesto Catena, que, até então, não tinha me impressionado. Vinho muito bom. Tem um forte apelo novo-mundista, mas não perdeu a elegância e não atropelou nada.

Cor rubi clara, translúcida. Aromas com boa complexidade, inicialmente com predomínio frutado (morango, goiaba). Com algum tempo de taça, aparecem toques abaunilhados, cedro e notas florais. Na boca, bastante equilíbrio e elegância, sem excessos. Taninos finos, corpo leve para médio, média acidez e álcool correto. Final de média persistência, agradável.

Agradou bastante. Com certeza recomendo.

Classificação LV: muito bom. 

FICHA

Produtor: Tikal (Ernesto Catena)
País: Argentina
Região: Mendoza
Safra: 2009
Uva: Pinot Noir 100%
Vinhedos: Vinhedo localizado a 1.300m em Tupungato, Mendoza.
Vinificação: Tradicional.
Maturação: 50% do vinho em barricas de carvalho por 14 meses (30% novas).
Temperatura de Serviço: 16 a 18ºC
Teor Alcoólico: 14% Vol.
Sugestão de Guarda: até 5 anos

domingo, 18 de março de 2012

Gran Sasso Montepulciano D'Abruzzo 2009

Eu ando meio maniado com a Itália. Em função de viagem que recentemente fizemos à Toscana, tive mais contato com os vinhos italianos e a paixão foi inevitável.
Esse vinho foi um presente do amigo Estevão, parceiro que fez a viagem conosco e que também foi contaminado pelo vírus da enofilia.

Cor rubi arrouxeada, com média transparência. Aromas de qualidade e presença, com frutas escuras e notas balsâmicas e defumado. Bastante equilíbrio na boca, com taninos macios, álcool na medida e acidez vibrante. Final de média permanencia.

Bastante gastronômico. Harmonizou muito bem com um risoto ao funghi.

Classificação LV: bom.

Valeu, Estevão!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Splendore 2007 - esse sim!


Em função das recentes decepções com espanhóis pontuados, abri este com o pé atrás, mas o vinho, definitivamente, encantou. Esse vale os 91 pontos RP que levou.

O rótulo chama atenção pela feiura. Já o vinho tem uma bonita cor rubi violácea, com boa transparência. Aromas exuberantes, com frutas escuras, tons florais (violeta) e chocolate. Várias camadas, boa complexidade. Na boca, corpo médio, taninos macios, acidez um pouco abaixo do desejado, mas sem comprometer. Álcool na medida. Final longo, aparecendo uma madeira discreta, harmoniosa. Deixa sempre o desejo do próximo gole.

A garrafa simplesmente evaporou. Bem poderia ser uma magnum, mas isso é só para blogs mais abastados.

Classificação LV: muito bom.

quinta-feira, 15 de março de 2012

O Cadeg, o Barsa, o bacalhau e o alvarinho

Neste feriadão de carnaval, passado no Rio de Janeiro, aproveitei para dar uma conferida numa indicação do amigo BK, do blog Wineleaks.
O Cadeg é uma excelente opção para comprar vinhos no Rio de Janeiro, com preços geralmente abaixo dos praticados no mercado, o que pude conferir in loco. Além disso, para quem, como eu, tem seu lado gourmet, vai encontrar várias lojas com produtos de primeira. E justo ali, na improvável Benfica.
Dentre as várias opções para o almoço, o Barsa é uma bela pedida. Especialmente o seu Bacalhau Rei, que é show de bola.



Melhor ainda se for acompanhado do alvarinho De La Deu, bem geladinho, para compensar o calor abrasador que permeia a Cidade Maravilhosa. 


Eta vida difícil!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

FICA AQUI O MEU PROTESTO!!!


Acho melhor tomarmos a maior quantidade de vinho (importado) que pudermos...enquanto pudermos.

A pedido das vinícolas brasileiras, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, decidirá, em breve, a possível abertura de um processo de salvaguarda contra os vinhos importados. A medida foi solicitada pelo setor vitivinícola em agosto de 2011 e no dia 16 deste mês, durante visita à Festa da Uva de Caxias do Sul, a presidente Dilma Rousseff prometeu tomar providências previstas pela Organização Mundial do Comércio contra práticas comerciais "assimétricas e danosas" à indústria nacional.

Assim, fica aqui o veemente protesto deste humilde blog a respeito desse absurdo impetrado pelo setor vitivinícola nacional que, lançando mão de recursos baixos como esse, querendo a formação de uma reserva de mercado, quer dominar o mercado não por um aprimoramento de seus produtos, mas por uma sobretaxação dos importados.

Fica também uma promessa: se essa medida passar, eu não tomo mais vinho nacional, muito menos posto sobre eles.

É BRINCADEIRA!!!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

El Castro Valtuille Mencia Joven 2007

Este vinho vem de um produtor tradicional (Bodegas Castro Ventosa) localizada em Valtuille de Abajo, na DO de Bierzo, Espanha.
A curiosidade estava mais na uva (mencia), que eu nunca tinha provado. É uma das uvas tintas autorizadas na DO de Bierzo (a outra é a garnacha). Não encantou, mas aguardo outras oportunidades para avaliar melhor esta casta.
Cor violácea escura e fechada. Nariz inicialmente fechado, que abriu um pouco após aeração, com um frutado leve, toques herbáceos e mentolados. Corpo médio, taninos finos, acidez razoável e álcool sobrando. Final médio, com álcool ainda marcando e um discreto amargor.

Vinho simples, sem muita complexidade. Com certeza não merece a pontuação de 90 pontos que recebeu da canetinha mágica RP, mas não deixa de ser uma boa opção, se a expectativa não for alta.

Classificação LV: bom.

FICHA
Produtor: Castro Ventosa
Tipo: Tinto
Região: Bierzo
País: Espanha
Safra: 2007
Uvas: Mencia (100%).
Graduação Alcoólica: 14%
Temperatura de Serviço: 16ºC
Envelhecimento: 4 meses em barricas
Safra: 2007
Avaliações : 90 (RP)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Aliwen Reserva Pinot Noir 2010


Entrada da vinícola Undurraga

Abrir esse vinho teve um sabor especial. Ele trouxe ótimas recordações da Viagem ao Chile e da visita que fizemos à vinícola Undurraga.

A visita foi marcada pela cordialidade e pelo caráter "caseiro" que o staff confere à propriedade, por sinal muito bonita.

Com relação ao vinho, apresenta cor rubi clara, translúcida. Aromas tímidos, predominando frutas vermelhas, principalmente cerejas. Na boca, tem corpo leve, boa acidez, taninos macios, álcool pouco perceptível e bastante frescor, com um toque adocicado no final. Final delicado, de curta permanência.

É um vinho simples, mas tem seu valor pelo frescor e delicadeza. Além disso, tem a maior qualidade que um Pinot pode ter: ser um Pinot. Acho que já disse isso em algum post, mas ando cansado de Pinots  muito carregados e pesadões, muito comuns no Novo Mundo. Esse parece Pinot mesmo.

Classificação LV: bom.

FICHA
Produtor: Undurraga
Tipo: Tinto
Região: Valle del Maipo
País: Chile
Safra: 2010
Uvas: Pinot Noir(100%).
Graduação Alcoólica: 13.7%
Temperatura de Serviço: 15ºC
Envelhecimento: 6 meses em barricas de carvalho francês e americano.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Dão Quinta de Saes Reserva Estágio Prolongado 2006


Confesso que o rótulo me deu um certo receio. "Estágio prolongado" me remeteu a certos vinhos novo-mundistas que carregam na madeira e deixam o vinho parecendo um enjoativo suco de carvalho. Mas meu receio caiu no primeiro gole, quando encontrei um vinho bastante elegante, muito longe do que seu nome poderia fazer supor.
Cor rubi média brilhante, com certa translucidez. Aromas excepcionalmente complexos. Frutas escuras, caramelo, baunilha, chocolate, toques florais. Várias camadas. Na boca, muito equilíbrio, com álcool na medida, boa acidez, corpo médio, taninos macios. Final longo, confirmando e acrescentando sensações.
Impressionou. Classe, força, profundidade.
Tem estrutura para continuar evoluindo por mais alguns anos de garrafa.
Recomendo muitíssimo.
Classificação LV: excelente.

FICHA
Produtor: Quinta da Pellada
País: Portugal
Região: Dão
Safra: 2006
Tipo: Tinto
Uva: Touriga Nacional, Tinta Pinheira, Jaen e Alfrocheiro
Temperatura de Serviço: 18 a 20ºC
Teor Alcoólico: 13 %
Sugestão de Guarda: de 5 até 10 anos

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Geografico Vernaccia de San Gimignano 2010

Esse veio da adega do amigo Zé Roberto e trouxe um sentimento nostálgico em relação à recente viagem à Itália, especialmente a linda cidade toscana de San Gimignano.

Aliás, o Vernaccia de San Gimignano  ostenta regulamentação DOC desde 1966, tendo passado a DOCG em 1993. É a única DOCG de vinho branco da Toscana.

Cor amarelo palha, límpida e brilhante. Aromas cítricos de média intensidade, com pera, pêssego e toque mineral. Na boca mostrou boa acidez, corpo leve e bastante frescor. Final curto, com a acidez dando o tom final.

Bem gastronômico. Acompanhou muito bem um arroz de polvo.
É um vinho simples, sem muita complexidade, mas prazeroso.

Classificação LV: bom.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Arrocal 2009 - esse ficou devendo !

Mais uma decepção. Abri o vinho com muita expectativa, mas não achei muita coisa. Mais uma prova de que a pontuação (90 RP) pode não ser um bom termômetro.
Cor rubi violácea, com alguma translucidez. Aromas de frutas vermelhas e pimenta, sobrepujados pelo álcool excessivo. Na boca, corpo médio, com álcool incomodando e os taninos um pouco ásperos. Boa acidez. Final longo, mas com um certo amargor.
Mostrou desequilíbrio, mas pode ser que melhore um pouco (não muito) com algum tempo de garrafa.
Classificação LV: regular.


 
FICHA
Produtor: Bodegas Arrocal
Tipo: Tinto
Região: Ribera del Duero
País: Espanha
Uvas: Tempranillo
Graduação Alcoólica: 14%
Temperatura de Serviço: 15ºC
Envelhecimento: Seis meses em carvalho.
Safra: 2009
Estimativa de Guarda: 5 ano(s)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ernesto Catena Animal Chardonnay 2010

Tenho provado alguns vinhos desse produtor após recomendação de conhecidos. São vinhos corretos, agradáveis,  com preços geralmente justos, mas não chegam a brilhar. Ainda não vi grandes vinhos. Espero que os vinhos que ainda não provei me convençam de que Ernesto Catena, filho do afamado Nicolás, seja o "poeta dos vinhos", como ele mesmo se declara.

Esse Chardonnay é bem razoável, tem bastante frescor e não é carregado na madeira, como comumente vemos por aí, o que é uma grande virtude. Tem cor amarelo-ouro clara e brilhante. Nariz aberto com frutas cítricas, destacando-se maracujá e pêssego, mas sem muita complexidade. Corpo médio, boa acidez. Fresco. Final de média permanência.

Agradou, mas não encantou.
Classificação LV: bom.

FICHA

Produtor: Tikal (Ernesto Catena)
País: Argentina
Região: Mendoza
Safra: 2010
Tipo: Branco Seco
Uva: Chardonnay
Vinhedos: Agrelo, Tupungato.
Vinificação: Maceração pelicular por 6 horas, com temperatura controlada(15 a 17 graus).
Maturação: 70% do vinho envelhece em tanques de aço e 30% em barricas de carvalho francês.
Temperatura de Serviço: 11 a 13ºC
Teor Alcoólico: 14%
Sugestão de Guarda: de 5 até 10 anos

domingo, 29 de janeiro de 2012

Bodegas Lopez Chateau Vieux 1998

A Bodegas Lopez é uma tradicional vinícola hermana e está entre as que mais vendem para o mercado interno argentino, mas é relativamente pouco conhecida fora. Já foi objeto de post aqui no blog, assim como esse vinho, em safra diferente.

Essa linha é produzida com um interessante blend de cabernet sauvignon, merlot e pinot noir. Interessante notar a diferença marcante entre as duas safras, todas de alto nível. Na safra de 1996, o blend mostrou características fortes da pinot, apesar da pequena proporção na composição (10%), enquanto esta safra de 1998 já mostrou características próprias, não tendendo a nenhuma casta especificamente, o que foi bem interessante.

Cor rubi média, com reflexos atijolados, porém menos proeminentes do que no 96. Nariz bastante complexo, delicioso, com frutado leve, tostado, caramelo, chocolate e madeira fina. Na boca corpo médio, taninos redondíssimos, álcool imperceptível, boa acidez. Muito macio. Final de média permanência.

Ainda tenho a safra de 1999 aqui na adega e estou ansioso para abrir. Se um dia voltar a Mendoza certamente comprarei uma quantidade maior.

Classificação LV: excelente.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Tormentas Premium 2007



Quando provei o excelente Fulvia Pinot Noir fiquei de queixo caído. Imaginei, então, que a obra de Marco Danielle tinha atingido seu máximo e não me surpreenderia mais. Me enganei.

Experimentei ontem esse Tormentas Premium e não parei de pensar nele ainda. O vinho é tão intrigante que você tem a impressão de não conseguir entendê-lo por completo, gole após gole. Só que a garrafa acaba e a impressão permanece.

Na safra de 2007 foi feito exclusivamente com merlot, em uma edição limitada a 720 garrafas, sem adição de SO2. Necessita de uma boa aeração para dissipar gases provenientes da vinificação sem SO2.

Rótulo lindo e bem produzido, como aliás todos os vinhos desse "autor". Bonita cor rubi com reflexos violáceos, denso, brilhante. Alguns depósitos na taça. Aromas refinados, com predomínio de fruta madura, notas de couro e terra. Na boca, corpo médio, acidez instigante, taninos finos, com alguma adstrigência, que não incomodou. Álcool na medida. Final persistente, sempre convidando ao próximo gole.

Com certeza não é um vinho fácil, mas é grande vinho. Acho que tem bom potencial para evoluir ainda na garrafa por alguns anos, mas pode ser desfrutado já.

Mais uma vez um vinho do Atelier Tormentas me deixou atormentado (no bom sentido).

O único senão é o preço (160 reais). Mas se tivesse preço acessível e fosse bom ao mesmo tempo não seria vinho nacional, né?

Classificação LV: excelente.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Pinot x Pinot


A Pinot Noir é, definitivamente, minha variedade preferida, não escondo. A sutileza e a complexidade desta casta são cativantes. Por isso sou exigente quando experimento uma PN.
Um dos critérios que uso para avaliar é se o vinho respeita as características da casta. Ou seja, quando você toma Pinot, tem que parecer Pinot. A idéia que faço da PN é, inevitavelmente, o padrão francês. Delicadeza, elegância, complexidade.
No Novo Mundo existe uma tendência de produzir uma PN que eu chamo de "globalizada", caracteristicamente moldada dentro de padrões standartizados - concentração, madeira, exuberância. Particularmente, acho que a Pinot sofre demais com isso.
Daí a idéia deste confronto. Comparar PNs do Novo mundo, obviamente produzidas dentro de uma mesma proposta (linhas intermediárias, preço acessível).

Calyptra Pinot Noir Premium 2004
Cor rubi escura, densa. Lágrimas notavelmente lentas. Nariz explosivo, com frutas vermelhas, caramelo, tostado e inesperadas notas mentoladas. Oloroso. Na boca, corpo médio, taninos finos e álcool sobrando. Final médio.
A Pinot chilena deixou a desejar.
Classificação LV: regular.


Newen Reserva Pinot Noir 2010
Cor de Pinot, clarinha, translúcida. Nariz com bom ataque, mas delicado, com frutas vermelhas (morango) notavelmente vivas, e alguma especiaria. Na boca, corpo leve, taninos finos e boa acidez. Final médio. A`Pinot patagônica mostrou tipicidade e agradou.
Classificação LV: bom.


O Newen foi claramente superior por um motivo bem simples: é Pinot que parece Pinot. Não é um vinho que impressiona, mas tem seus encantos de Pinot Noir, enquanto o Calyptra não se definiu.
Na batalha Pinot x Pinot, venceu a Pinot.
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